“Eu sou feito de sangue e suor
Cresci por orgulho e magia
O meu pai foi criado na dor
Minha mãe negra escrava Maria
Eu nasci num cantinho do mundo
Cujo nome chamava senzala
De noite escuto o gemido
Enquanto o chicote me cala
O meu corpo cortado de acoite
Minha boca queimava de sede
Rezava pelos antepassados
No chão debaixo da rede
Hoje em dia não tem mais tronco
E o chicote já não me cala
Eu rezo pro meu Preto Velho
Que o canto das almas não para
Que o canto de Mina não para
Que o canto de Angola não para
Que o canto de Congo não para
Que o canto Baiano não para….”